---REDAÇÃO DO ENEM ---

Indubitavelmente, a influência publicitária é inerente ao homem desde a sua formação. Com o avanço tecnológico, diversas barreiras foram rompidas, tornando o ser humano  íntimo às vias midiáticas. Entretanto, essas - em seus vários âmbitos - são muitas vezes um caminho à proliferação de malevolência, devido a sua rápida disseminação. Sendo a infância a fase mais vulnerável de um indivíduo, torna-se alvo das empresas consumistas, criadoras da irrefutável problemática vigente.
  De fato, a aurora dessa realidade está assentada na concretização do capitalismo. Certa vez, Jean-Jacques Rousseau disse que "o homem é bom e feliz por natureza, mas a sociedade corrompe-o". Tal máxima encaixa-se minuciosamente no mundo contemporâneo, no qual os homens privilegiam seus próprios interesses supérfluos em detrimento do bem de outrem. Para isso, tornam até mesmo crianças vítimas de suas ações abusivas, as quais somente visam a formação de adultos alienados e consumistas.
  Dessa forma, consequências são inevitáveis. Atualmente, não é raro ver pessoas com menos de 10 anos cheias de brinquedos, com os quais - às vezes - nem brincam. Além disso, a tecnologia tornou-se intrínseca desde a juventude, fato que é comprovado por várias crianças possuírem celulares modernos e video-games. Assim, a antiga cultura de brincar ao ar livre foi impetuosamente abandonada, sendo praticamente restrita à parcela mais pobre da população. À essa, uma vez desprovida de uma boa condição financeira, resta apenas o desejo fomentado pelas descomedidas propagandas.
  Diante do exposto, ações são fundamentais à transfiguração da problemática. O Estado deve coibir quaisquer atividades publicitárias que almejem persuadir a criança. Para tal, deve estabelecer que somente os pais podem escolher quando e o quê comprar aos seus filhos. Ademais, deve incentivar - via aparatos midiáticos - a volta da esquecida cultura do lazer fora de casa, imprescindível à contenção de um futuro isolamento social. À sociedade, cabe transmitir, às gerações vindouras, o hábito de rejeitar a supremacia dos desejos comerciáveis frente aos seus próprios. Restando ainda, ao cidadão, zelar pelas crianças de sua família. Com isso, os direitos delas serão, enfim, resguardados.

Ninguém comenta :c

Parabéns! Não resta dúvida de que você é um assíduo leitor. Li seu texto com um sorriso aberto, pois você é pródigo no uso de diversos verbetes. Outrossim, faz citação de uma gênio, Jean Jacques. Não me lembro de ter lido essa partícula referencial a Rousseau em " O Contrato Social", entretanto, causa-me júbilo ao vê-lo fazer tal alusão, circundado-a com idéias coerentes. Uma vez que amo nosso vernáculo e obras do quilate da do filósofo citado, só me resta parabenizá-lo mais uma vez, aprendi com você!

É a primeira vez que vejo uma redação tão bem articulada, sem erros gramaticais e elevado grau conteudista. O seu linguajar mostra que você é leitor.
Minha primeira reação foi ''Que redação perfeita! Por que não escrevo assim?!'' kkkk Depois, li pela segunda vez e continuei achando-a maravilhosa. Contudo, se não for te incomodar dizer isso, só acho que algumas minúsculas mudanças poderiam ser feitas - não se usa ''atualmente'' em uma redação, pois quem diz o tempo é o verbo. Além disto, pelo o que me lembro(posso estar equivocada), Rousseau disse ''o homem nasce bom, a sociedade que o corrompe''. Não lembro do ''feliz'' na citação dele. E, também, ''diante do exposto'' é como se você quisesse tornar explícita sua conclusão, como se usasse ''concluindo''. E, por último, o tema é ''Publicidade infantil em questão no Brasil''. EU ACHO que você deveria focar a publicidade infantil no Brasil, ou seja, acredito que deveria ter falado das discussões nacionais em relação ao assunto, por exemplo. Todavia, acredito que esses detalhes sejam mínimos diante de sua escrita e conteúdo, talvez não só em relação ao último quesito que mencionei, se estiver certa, claro. E ainda gostaria de escrever como você kkkk. Abraço.

Obrigado pelos elogios e críticas!
- Em relação à frase, acontece que há algumas divergências na traduções. "A natureza fez o homem feliz e bom, mas a sociedade deprava-o e torna-o miserável" é a que você provavelmente encontrará num livro traduzido, mas usar apenas uma parte dela com o intuito de simplificar não é errado, visto que na versão original ela deve estar escrito d'outra maneira;
- Em relação ao "atualmente", não acredito que seja inadequado a uma redação, afinal, usar "hoje", "outrora", entre outros advérbios são - às vezes - necessários para uma minuciosa localização temporal;
- "Diante do exposto" não possui, como "concluindo", redundância. Geralmente, eu costumo usar "Diante do supracitado" ou "Por conseguinte", porém, quis diminuir a formalidade do texto para não afugentar leitores "leigos" (ou parvos, hehe). Meu professor de redação gostava de usar "Diante do exposto", e como ele é bem renomado, duvido que tal esteja errado.
- Então, eu acabei esquecendo de especificar "no Brasil", somente percebi tal após terminar a redação. Mas acredito que não há problema, afinal, eu não citei outros países e, ainda, referi-me ao "Estado" com letra maiúscula ,na conclusão.

Alguém mais deseja corroborar para com a correção? e.e

joaumh escreveu:Indubitavelmente, a influência publicitária é inerente ao homem desde a sua formação. Com o avanço tecnológico, diversas barreiras foram rompidas, tornando o ser humano  íntimo às vias midiáticas. Entretanto, essas - em seus vários âmbitos - são muitas vezes um caminho à proliferação de malevolência, devido a sua rápida disseminação. Sendo a infância a fase mais vulnerável de um indivíduo, torna-se alvo das empresas consumistas, criadoras da irrefutável problemática vigente.
  De fato, a aurora dessa realidade está assentada na concretização do capitalismo. Certa vez, Jean-Jacques Rousseau disse que "o homem é bom e feliz por natureza, mas a sociedade corrompe-o". Tal máxima encaixa-se minuciosamente no mundo contemporâneo, no qual os homens privilegiam seus próprios interesses supérfluos em detrimento do bem de outrem. Para isso, tornam até mesmo crianças vítimas de suas ações abusivas, as quais somente visam a formação de adultos alienados e consumistas.
  Dessa forma, consequências são inevitáveis. Atualmente, não é raro ver pessoas com menos de 10 anos cheias de brinquedos, com os quais - às vezes - nem brincam. Além disso, a tecnologia tornou-se intrínseca desde a juventude, fato que é comprovado por várias crianças possuírem celulares modernos e video-games. Assim, a antiga cultura de brincar ao ar livre foi impetuosamente abandonada, sendo praticamente restrita à parcela mais pobre da população. À essa, uma vez desprovida de uma boa condição financeira, resta apenas o desejo fomentado pelas descomedidas propagandas.
  Diante do exposto, ações são fundamentais à transfiguração da problemática. O Estado deve coibir quaisquer atividades publicitárias que almejem persuadir a criança. Para tal, deve estabelecer que somente os pais podem escolher quando e o quê comprar aos seus filhos. Ademais, deve incentivar - via aparatos midiáticos - a volta da esquecida cultura do lazer fora de casa, imprescindível à contenção de um futuro isolamento social. À sociedade, cabe transmitir, às gerações vindouras, o hábito de rejeitar a supremacia dos desejos comerciáveis frente aos seus próprios. Restando ainda, ao cidadão, zelar pelas crianças de sua família. Com isso, os direitos delas serão, enfim, resguardados.

Realmente Joaumh,a nota do Enem é uma incógnita,mesmo com a avaliação de diversas pessoas.No mais,eu acredito que seu texto cumpre com os requisitos da banca principalmente pela referência a Rousseau(o que configura originalidade) e pela argumentação consistente no desenvolvimento.Assim estimo que a sua nota em 960-1000.Abraços!

Então hehe obrigado pela nota =)
Eu acredito que você também vá com 960 - 1000, por estar boa e, ainda, as pessoas estavam muito perdidas neste tema, o nível das redação deve ter decaído em relação ao ano passado. Se sua redação cair nas mãos de um corretor decente, a nota será essa =)