Violência sexual e as mulheres brasileiras

Tolerância repudiável
Indubitavelmente, a questão da violência sexual contra mulheres, no Brasil, ainda perdura como um grave problema social. Conquanto o sexo feminino tenha obtido diversos direitos no século XX, com o intuito de equipará-lo, socioeconomicamente, ao masculino, convive-se com o noticiamento de muitas barbaridades, que tangem a transgressões sexuais. Vítimas dessas, são - quase que exclusivamente - as mulheres, ditas "inferiores" e "passíveis a estupro" por uma sociedade que se alimenta de um apodrecido machismo.
Essa realidade, infelizmente, não pode ser limitada a uma vergonha de origem recente. A triste problemática que hoje proporciona cicatrizes irreparáveis advém de um mundo que descende de civilizações patriarcalistas, sendo Micenas a única matriarcalista conhecida. Mesmo sábios, como Aristóteles, objeticavam a mulher, restringindo-a ao ambiente domiciliar. Esse, por sua vez, outrora dissera que "o governante está para o povo assim como os homens estão para as mulheres". Dessa forma, percebe-se que o atual descaso da sociedade brasileira para com a violência sexual enquadra-se como um problema histórico, e de difícil dissipação.
Nesse contexto, consequências tornam-se inevitáveis. Apesar da existência de propagandas que induzam a mulher a denunciar quaisquer abusos, sabe-se que boa parcela deles não são relatados. Seja por medo do homem ou por uma tolerância oriunda da recorrência, diariamente, diversas mulheres são violentadas no país, e muitos ousam, ainda, a defender tolices, como a de que aquelas que usam roupas provocantes querem e merecem ser atacadas. Nota-se, assim, que - às mulheres - resta não somente lidar com as marcas do ato, mas, também, com uma população que o consente.
Por conseguinte, ações urgem a fim de combater a tolerância frente a problemática em questão. O Estado deve, inspirado pela Era Vargas e pela Carta das Nações Unidas, auxiliar, mais uma vez, ao sexo menos favorecido. Para tal, deve, além de promover maior reclusão aos estupradores, ser menos tolerante para com os fatos, pois, muitas vezes, a falta de denúncia pelas mulheres torna as provas físicas inúteis. Ademais, deve proporcionar tratamentos psicológicos gratuitos às vítimas, para que os danos a essas sejam minimizados. À sociedade, cabe incentivar o repúdio a qualquer transgressão sexual, via propagandas e educação familiar, assim resguardando as gerações vindouras. Restando ainda, ao cidadão, a ciência de que mulher nenhuma merece ser estuprada. Com isso, espera-se uma população menos conivente para com barbáries.

Realmente, uma redação bem estruturada. Contudo, no meu ver, você se preocupou demais com o preciosismo, isso não te ajuda, embora seja elegante e tudo mais, tenha em mente que a simplicidade sempre dá certo, principalmente no assunto redação. Um exemplo é: [...] Seja por medo do homem ou por uma tolerância oriunda da recorrência [...]. Essa última parte, está meio incompreensível, eu entendi o que quis dizer, mas está obscuro para uma primeira olhada.
Bom colega, no mais, gostei muito, penso que já está em uma escala de evolução acima de muitos, bons estudos.