A Inclusão Social nas Universidades Brasileiras

No Século XX era quase inexistente a inserção do ensino médio no currículo, tampouco o ensino superior. Perante as tantas dificuldades e as poucas chances e meios para o ingresso na universidade, nos víamos no meio de uma sociedade excluída, onde apenas pessoas com mais condições financeiras conseguiam a tão almejada vaga na faculdade. O Brasil anda a passos lentos em quesitos de educação e está longe de oferecer uma de qualidade nas escolas públicas. Pesquisas apontam que o país ocupa uma posição não muito aceitável referente à educação básica, sendo um dos países com os menores índices avaliados. No ensino médio o problema ainda apavora. Muitos estudantes estão cursando o primeiro ano sem sequer saber ler um texto e interpretá-lo de forma clara e correta. É visível a diferença entre alunos de escolas públicas e privadas que estão nas universidades federais e estaduais, devido a essa disfunção que ocorre no ensino. O nosso direito de uma educação de qualidade e sobretudo gratuita que está na Constituição, está sendo vetado e não ofertado.
Em 1998, foi criado o ENEM cujo objetivo era apenas avaliar o ensino médio brasileiro. Em 2008, passadas várias reformas, as universidades aderiram o ENEM como forma de ingresso. Isso facilitou bastante, contudo a concorrência era enorme, prevalecendo então a desigualdade social na educação. Em função ainda das barreiras impostas, foram criados para facilitar ainda mais o acesso à universidade, programas federais como o FIES, PROUNI e SISU. O maior problema dos nossos representantes, é que eles tratam as consequências do problema e não as causas.
Atualmente, o MEC está impondo várias regras nos programas de acesso a educação superior. O caso mais recente a se destacar acontece com o FIES, que em comparação ao ano de 2014 para 2015, são quase 500 mil estudantes a menos. Uma das regras é ter uma pontuação mínima no ENEM para obter o benefício. Não adianta o governo cobrar algo que não é dado aos estudantes. Não adianta querer retorno sem ações.
Os brasileiros precisam cobrar de seus representantes, seus direitos básicos para se viver em sociedade. A alienação toma conta das pessoas pois, poucos buscam saber em que situação se encontra o nosso país. Medidas têm que ser tomadas imediatamente. Investimentos devem ser aplicados logo, de forma sensata e rápida. Construção de novas escolas públicas de tempo integral do ensino fundamental ao médio, sendo obrigatório frequentar a mesma; formação, capacitação e valorização de novos profissionais. É também dever dos pais, educar seus filhos desde pequenos a fim de que eles possam participar de forma ativa e direta das decisões do país, para que futuramente não haja mais essa desigualdade que prevalece na educação, deste modo, não existindo mais tanta dificuldade de conseguir um diploma de uma universidade pública. Sendo assim, acabando com a corrupção que nos aflige e que nos impede de sermos um país de primeiro mundo.