Tema: Produção Energética brasileira: É possível conciliar expansão, desenvolvimento social e sustentabilidade?

A partir de 1989, com a queda do muro de Berlim que simbolizou o fim do mundo bipolar, e o início da globalização e da multipolaridade, o precoce mundo globalizado logo amadureceu sua ideologia no âmbito ambiental, e foi preciso discutir questões como: A redução de emissões de dióxido de carbono (Co2). Depois de algumas Conferências mundiais com o intuito de discutir a melhor maneira de resolver essa questão, chegou-se a conclusão que a maneira mais efetiva seria a busca por fontes alternativas de energia e incorporá-las na matriz energética nacional, apesar de a proposta apresentar uma evolução socioambiental ela ia contra os princípios capitalistas.
Visto que cada país procura manter como matriz energética a fonte de energia mais abundante disponível em seu território, diminuindo a necessidade de importação e se projetando favoravelmente no mercado internacional, já que poderá reter um capital significativo que seria utilizado na obtenção de recursos naturais provenientes de outros países. Com o Brasil não foi diferente, tendo um grande potencial hídrico, a energia hidrelétrica representa 84% da matriz energética brasileira, porém, recentemente com a descoberta do pré-sal, o Brasil cria a possibilidade de dominar outra matriz energética e já surgem hipóteses de fazer uso da mesma, o que representará um retrocesso ambiental, uma vez que caminharemos contra todo desenvolvimento socioambiental já alcançado pelas nossas hidrelétricas.
É evidente que as hidrelétricas não apresentam apenas benefícios para o meio ambiente, porém enquanto os ambientalistas se opuserem a liberar licenciamentos para a construção de novas hidrelétricas, eles estarão paradoxalmente contribuindo para o retardo ecológico e ‘’obrigando’’ a adoção de novas fontes de energias ainda mais poluentes, energias essas que o país brevemente será capaz de produzir em abundância. A solução para esse problema seria uma maior intervenção estatal com o intuito de investir em energias limpas e renováveis como a eólica e a solar, e aos poucos substituirmos nossa matriz energética, por outras mais sustentáveis e que representem ainda mais a evolução que precisamos alcançar.
É necessário chegar a um consenso dentro desses conflitos de interesses, e achar uma maneira de conciliar o desenvolvimento socioambiental com o desenvolvimento econômico, o que dá origem ao conceito de Desenvolvimento sustentável. Não há mais tempo para retardarmos o problema e agir como se ainda estivéssemos iniciando a globalização e acreditar que ainda teremos muito tempo para encontrarmos uma solução, sem dúvidas podemos obter grandes resultados com a sustentabilidade, se adotarmos esse ''meio-termo'' para conciliar os interesses mundiais e até mesmo nacionais, basta evoluirmos ainda mais nossa racionalidade social, ao invés de preferirmos regredir e cogitar a adoção de fontes energéticas que vão contra os princípios sustentáveis.