Redação 2015 ENEM!

O distanciar-se do próprio individual do outro ao lado leva, inopinadamente, em muitos casos, ao sentimento de superioridade que, por sua vez, converge na ilusória possibilidade de satirizar os defeitos do outro. Do mesmo modo, esta violência psicológica e moral desencadeia outras formas de violência ainda piores, as físicas. Consoante sob o mesmo ponto de vista, avalia-se a violência contra a mulher que em cada dez que a sofrem, sete afirmam ser por seus próprios companheiros. A saber, o masculino distancia sua capacidade geral do feminino, tomando-o como mais frágil, abrindo, assim, espaço para o sentimento de superioridade crescente até explodir na violência física avistada por estas mulheres que recorrem à polícia.
  Tomando em conta esta elevação de caráter do homem mencionado, em sua perspectiva, provém das bases do pensamento greco-romano --sociedades totalmente homossexuais. Mentalidade tal que considerava a mulher apenas um objeto de reprodução e sentimentos tão sublimes (como o amor) só poderiam ser sentidos por homens, pois somente eles tinham capacidade física, moral e espiritual de apreciá-los. Portanto, como proposições per se de superioridade podem levar a sociedade brasileira à convivência pacífica entre os gêneros?
  Outrossim, a perpetuidade desta violência contra a mulher brasileira, fundamentada neste pensamento arcaico, também engloba outras áreas da vida social como o sufrágio feminino que só foi permitido na constituição de 1932, todavia não pôde ser executado (por causa do golpe varguista com o plano Cohen), sendo apenas executado em constituições posteriores. Analogamente, o descrédito na condição feminina já pode ser considerado como violência, ao passo que esta conquista igualitária tardia só demostra o quão arraigado está na mentalidade social a elevação masculina.
  Isto é, o necessário está em retirar as raízes destas proposições encrustadas em nossa comunidade, pois a mente dos mais velhos está já formada em sua totalidade, não possibilitando, então, renová-las. Conquanto, devemos socializar os primeiros anos de escolaridade com jogos transformados na educação física, não separando meninos e meninas. Trazendo, desta maneira, à mentalidade das crianças a consciência da igualdade, porque devemos ensinar a elas para que não precisemos punir os adultos.