FUVEST 2011: Tema O altruísmo e...

Tema: O altruísmo e o pensamento a longo prazo ainda têm lugar no mundo contemporâneo?
Autora: Amanda Cristina Alves Sisti

Redação:

O ser bem adaptado
Segundos os conceitos biológicos algumas espécies se organizam na forma de sociedade, se encaixam nesse grupo, entre outras tantas espécies, as formigas, os cupins e os humanos. Sendo assim a preocupação com o próximo não é exclusividade humana, as formigas em sua totalidade agem em grupo, seguindo sua cadeia hierárquica, construindo impérios cuja finalização não será contemplada em sua breve vida de inseto. Mas isso não impede os invertebrados de continuarem a construir. Quem dirá que isso é consequência da bondade e boa moral da formiga? Não dirão, as formigas o fazem, pois é o que garante a sucessão das espécies, assim como em toda sociedade animal. O altruísmo, ou a situação de ajuda ou amparo ao próximo da mesma espécie é inerente a vida na sociedade, o ser humano só faz, pois é crucial e quando parar de fazer irá encontrar, se não a extinção, uma situação bem próxima e tão caótica como esta.
No entanto, não há espécie melhor para quebrar ciclos naturais e se desvincular dos instintos do que a humana. Um grande fator mutativo da sociedade humana foi o poder de arrecadar bens materiais, a concepção do "meu" trás de fato uma sensação de segurança, uma confortável estabilidade e uma onda crescente de individualismo. O bem material substitui na sociedade atual o afeto instintivo ou a vontade de bem geral. A sociedade das formigas não é igualitária, há trabalhos superiores e inferiores, contudo não interessa a essa espécie que algumas formigas passem fome ou que algumas detenham todo o alimento do formigueiro. Nos humanos, o conforto material nos desliga desses instintos.
Dito isso, mantem-se expectativas não tão agradáveis para esses animais que desaprenderam a seguir seu extinto. Fazem parte de uma espécie muito nova, extremamente modificadora e lesionadora do meio em que vivem e em constante guerra contra si mesmo. Uma premissa muito diferente da das formigas, mais antigas que os dinossauros, elas participam do filo de maior número de indivíduos e não há expectativa de desaparecimento por um longo tempo.
Conclui-se que o altruísmo não é sinal de bom caráter ou de coração puro. É sinal de bom senso. Pensar no próximo é essencial para o indivíduo, e pensando no próximo é que ele garante a sucessão e sucesso da sua espécie. Há, contudo ,uma vantagem dos humanos em relação as formigas, são as revoluções, quanto não há mais expectativa o ser humano se rebela e muda o destino que antes fora determinado. E nesse caso, se há chance de mudança, há chance de prosperar.