Riscos da automedicação

A descoberta da penicilina, em 1928 por Alexander Fleming, revolucionou a indústria farmacêutica e a conduziu a novos rumos. Porém, o surgimento de uma gama de novos medicamentos e o constante maior acesso aos mesmos nos coloca em xeque quanto aos perigos da automedicação.
O processo de globalização é um dos fatores a ser apontado como contribuidor de tal prática. Com uma maior disponibilidade de informação, as pessoas são tomadas por uma falsa sensação de conhecimento sobre determinados sintomas e doenças, o que as leva a recorrer à automedicação em detrimento de uma consulta médica. Além disso, uma problemática consequência de tudo isso é a propagação de tais idéias para amigos e familiares, difundindo cada vez mais essa errada e perigosa prática.
Outro grande problema dessa suposta população informada é o paradoxal desconhecimento dos riscos desse tipo de atitude. A ingestão de medicamentos errados pode acabar mascarando determinadas doenças em função do alívio dos sintomas. Isso pode inclusive desencadear outras enfermidades e prejudicar ainda mais as funções corpóreas, conduzindo possivelmente a situações extremas como a morte.
Fica evidente, portanto, a necessidade do combate à automedicação. Para evitá-la, precisamos, além da legislação já criada para restringir o acesso aos medicamentos, de uma intensa fiscalização dos órgãos do governo em relação ao cumprimento da mesma. Há também a necessidade do poder da mídia, que em conjunto com a escola e a família, tem a função de conscientizar a população por meio de campanhas e debates sobre o assunto. Assim, poderemos rumar a uma sociedade imune aos riscos dessa prática.