Proposta de redação UFPR 2006/2007.
2 participantes
Página 1 de 1
Proposta de redação UFPR 2006/2007.
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
[...]
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
[...]
(Manuel Bandeira. Meus Poemas Perdidos. S.
Paulo: Ediouro.)
Que Manuel Bandeira me perdoe, mas
VOU-ME EMBORA DE PASÁRGADA
Vou-me embora de Pasárgada
Sou inimigo do Rei
Não tenho nada que eu quero
Não tenho e nunca terei
Vou-me embora de Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
A existência é tão dura
As elites tão senis
Que Joana, a louca da Espanha,
Ainda é mais coerente
do que os donos do país.
(Millôr Fernandes. Folha de S. Paulo, mar. 2001.)"A literatura, entre muitas coisas, é também uma maneira de se pensar o mundo. Nos poemas acima, encontramos visões
diferentes que mantêm relações intertextuais. Em um texto de até 10 (dez) linhas, interprete, referindo-se a elementos dos
dois textos, a Pasárgada de Millôr Fernandes."
Manuel Bandeira escreve com versos livres e expressão do cotidiano, característica da primeira fase do mordenismo, o seu desejo de ir para bela e perfeita cidade, Pasárgada, onde todos os agrados da vida são possíveis.
Já em “Vou-me embora de Pasárgada” Millôr Fernandes, conhecido pela sua ironia corrosiva, não vê a bela prostituta, amizade com o rei não existe e Joana a Louca é melhor que muitos que estão no poder. Com o seu texto ele descreve uma outra realidade, um país que sustenta injustiças com o poder da força e do dinheiro. Millôr crítica com propriedade os fatos citados com base no que viu da República Democrática, Ditadura Militar, Nova República e Fase Lula, formando em ponto de vista de uma Pasárgada nada perfeita.
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
[...]
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
[...]
(Manuel Bandeira. Meus Poemas Perdidos. S.
Paulo: Ediouro.)
Que Manuel Bandeira me perdoe, mas
VOU-ME EMBORA DE PASÁRGADA
Vou-me embora de Pasárgada
Sou inimigo do Rei
Não tenho nada que eu quero
Não tenho e nunca terei
Vou-me embora de Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
A existência é tão dura
As elites tão senis
Que Joana, a louca da Espanha,
Ainda é mais coerente
do que os donos do país.
(Millôr Fernandes. Folha de S. Paulo, mar. 2001.)"A literatura, entre muitas coisas, é também uma maneira de se pensar o mundo. Nos poemas acima, encontramos visões
diferentes que mantêm relações intertextuais. Em um texto de até 10 (dez) linhas, interprete, referindo-se a elementos dos
dois textos, a Pasárgada de Millôr Fernandes."
Manuel Bandeira escreve com versos livres e expressão do cotidiano, característica da primeira fase do mordenismo, o seu desejo de ir para bela e perfeita cidade, Pasárgada, onde todos os agrados da vida são possíveis.
Já em “Vou-me embora de Pasárgada” Millôr Fernandes, conhecido pela sua ironia corrosiva, não vê a bela prostituta, amizade com o rei não existe e Joana a Louca é melhor que muitos que estão no poder. Com o seu texto ele descreve uma outra realidade, um país que sustenta injustiças com o poder da força e do dinheiro. Millôr crítica com propriedade os fatos citados com base no que viu da República Democrática, Ditadura Militar, Nova República e Fase Lula, formando em ponto de vista de uma Pasárgada nada perfeita.
Basuka B- Mensagens : 3
Pontos : 5
Data de inscrição : 16/11/2012
RESPOSTA
PERFEITA INTERPRETAÇÃO SUBJETIVA DE MILLÔR, GOSTEI. Ele com sua ironia afiada crítica o Brasil, governado por corruptos, despreparados, o país do futebol, de crítica amorfa, população manipulada, do jeitinho brasileiro, (curruptela de desonestidade institucionalizada e estelionato), vou me embora pro país das campanhas eleitorais, onde os políticos são honestos e todos os problemas são solucionados.
Re: Proposta de redação UFPR 2006/2007.
Obrigada Samuel Silva.
Basuka B- Mensagens : 3
Pontos : 5
Data de inscrição : 16/11/2012
Tópicos semelhantes
» Proposta ufpr 2012/2013 - correlacionar charge com foto
» Proposta de Redação UFRGS 2015 - Amizade - Favor verifiquem minha redação e deem suas opiniões
» Redação UFPR - Autodestruição do Ser Humano
» Proposta de redação: ORDEM E PROGRESSO
» Proposta de redação: O FUTURO QUE NÃO QUEREMOS
» Proposta de Redação UFRGS 2015 - Amizade - Favor verifiquem minha redação e deem suas opiniões
» Redação UFPR - Autodestruição do Ser Humano
» Proposta de redação: ORDEM E PROGRESSO
» Proposta de redação: O FUTURO QUE NÃO QUEREMOS
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
|
|