Pequenas ações

“Modernidade líquida” ou “pós-modernidade”, assim é chamada a sociedade atual por Zygmunt Bauman, que nos revela que a crise das utopias, dos projetos e das ideologias, como o capitalismo e o socialismo, levaram à supervalorização do presente, do superficial, do efêmero e, principalmente, diante da incerteza e desesperança no outro, a valorizarem a si mesmas.
A política sempre teve inegável poder, de organizar, comandar, unir e fazer avançar toda uma nação, desta forma, quem se compromete com ela, também se compromete a trabalhar por ela, em prol do bem comum, entretanto o egocentrismo dito pelo sociólogo Bauman prejudica esse ideal, fazendo com que interesses pessoais estejam acima dos coletivos, por isso são tantos os casos de corrupção que vemos: lavagens de dinheiro, compra de votos, entre outros.
Tantos crimes e desleixo tornam as pessoas ainda mais descrentes com a política, reduzindo-a num único adjetivo: corrupta. Além disso, passam a banalizar o próprio direito adquirido com tanto sacrifício: o voto. Acreditando que os políticos são todos iguais, mal procuram saber e analisar propostas, votam em qualquer um e desperdiçam a chance de votar em quem de fato busca o bem da sociedade.
No entanto, quando o ápice do caos gerado desponta, saem às ruas para manifestar, “exigir direitos”, o que é valido, todavia o que vemos em uma parcela esmagadora é um despreparo imenso e uma imaturidade diante do conhecimento político: querem melhora, mas aonde e como essa pode acontecer não fazem a mínima, porque não tem comprometimento e valem da superficialidade, da euforia das correntes sociais tão bem explicadas por Durkhein.
Além desse despreparo e imaturidade, vemos a omissão, não só de quem não participa dessas comoções, mas de quem se omite diante das pequenas ações, de quem se esquece que a corrupção se faz nessas também. Ocupar assentos preferencias, não devolver dinheiro encontrado, comprar produtos piratas, desrespeitar um idoso são algumas atitudes que refletem (ou são reflexo?) da corrupção política tão difamada. Quando percebermos que antes de julgarmos devemos mudar nosso jeito de agir, de fato teremos uma mudança concreta, boa não só para nós, mas para toda a nação.

*Tentei fazer no estilo dos vestibulares normais, como Unesp, não Enem.