A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

Realidade hedionda

Desde a Antiguidade, a mulher é subjugada; no mito da Pandora, por exemplo, ela foi apontada como a causadora de todos os males do mundo. Passados séculos, ainda hoje, infelizmente, essa suposta inferioridade teima em persistir na forma de violência. Nessa perspectiva, é válido considerar que a não punição de quem agride e também a herança histórica da sociedade são os fatores principais dessa triste realidade.

A impunidade dos agressores é, sem dúvidas, uma das maiores causas da persistência da violência contra a contra o gênero feminino. Maria da Penha, por exemplo que foi por duas vezes vítima de tentativa de assassinato pelo marido, viu este ser condenado, mas conseguir a liberdade. Assim, é notório perceber que sem uma garantia de que os culpados serão punidos, a mulher não denunciará e, dessa maneira, a violência contra elas não diminuirá.

Além disso, a forma como foi construída a sociedade é outro motivo que contribui com a violência feminina. O homem, há séculos, é apontado como o "chefe"da família e, tristemente, esse fato contribui com o aumento do já assustador dado de que mais de 40 mil mulheres foram assassinadas só na última década, segundo o Mapa da Violência.Dessa forma, é possível inferir que valores machistas ainda presentes no país colaboram com a persistência das agressões.

Fica evidente, portanto, que tal problemática necessita de uma união entre governo e sociedade. É importante que o primeiro, por meio da construção de leis mais rigorosas, garanta uma punição efetiva dos agressores. Ademais, à sociedade, fica o dever da criação de ONGs e projetos sociais que visem a mudança gradual dos valores que subjugam a mulher. Assim, para que ocorram mudança, todos devem ser a que querem ver, conforme ponderou Gandhi.