Tema: trabalho escravo no Brasil

Atraídos por salários generosos e melhores condições de vida, os trabalhadores geralmente vindos de regiões carentes, são levados para lugares muito distantes de casa — dificultando a fuga — e são apresentados a um trabalho exploratório, com salário extremamente baixo ou ausente e condições de serviço degradantes, além de serem obrigados a morar em alojamentos precários, como barracos de lona em chão de terra.

A alimentação é deficiente em vitaminas necessárias para suprir as necessidades dos trabalhadores, que são submetidos a horas exaustivas de trabalho, e a assistência médica é ausente. A falta de saneamento básico e de água potável também são fatores que colocam a vida do trabalhador em risco, já que geralmente usam a mesma água para beber, cozinhar, lavar roupas e tomar banho, e o armazenamento dessa água é inadequado, improvisado pelos peões na maioria das vezes.

Como se não bastasse, as vítimas são constantemente intimidades, humilhadas verbalmente e agredidas física e psicologicamente. Castigos severos são usados para coagir o trabalhador a permanecer em silêncio. As vítimas desse ofício escravo são predominantemente homens entre 18 e 50 anos com baixo grau de escolaridade.

Apresentar uma solução para esse quadro degradante não é uma tarefa fácil, visto que o sistema capitalista vigente visa apenas o lucro e o crescimento para quem detém os meios de produção. Mas se nossos governantes investissem em educação e na inserção das pessoas mais pobres no mercado de trabalho, já veríamos uma grande diminuição nos números de vítimas desses abusos que ocorrem majoritariamente no setor da pecuária, cana-de-açúcar, agricultura e na produção de carvão vegetal.