Palavra de duas vias
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Palavra de duas vias
Ser ou não ser? como diria Shakespeare, eis a questão. No caso, falar ou não falar? eis o dilema enfrentado por muitos formadores de opinião. Liberdade é o direito de ser, logo, liberdade de expressão é o direito de se manifestar, tanto no ser quanto no se expressar. Entretanto, onde começa a opressão e onde termina o direito de articular?
Falar sobre liberdade de expressão, e não lembrar-se do episódio do jornal Francês Charlie Hebdo é praticamente impossível. O fato dominou a internet, gerando muita polêmica e comoção. Há quem diga que o jornal abusou do direito de falar, e há quem defenda que as sátiras estão no direito de existir. Durante a época da Ditadura Militar no Brasil, entre 1964 à 1985, nosso país sentiu na pele o que é viver sem liberdade para se manisfestar.
Se todos vivessem em paz, respeitando o limite do outro, guerras não existiriam e muito menos, confrontos por conta de religião. E assim como toda moeda, toda história tem dois lados. Voltando ao exemplo do Charlie Hebdo, o jornal realmente tem o direito de falar do que bem entende, porém, os mulçulmanos, católicos, budistas, candomblecistas (etc) não precisam passar por isso. O começo do direito do fulano é onde o do ciclano termina. Isso não está na bíblia, ou no alcorão, é só uma questão de ética.
Voltando ao caso da Ditadura Militar e relacionando com a ética é fácil perceber que tudo ao extremo não faz bem. Grupos extremistas são ruins, opressão é ruim, ridicularização também. No Brasil durante esse período (1964-1985) muitos passaram por péssimas situações por conta desse "não poder falar" sobre o regime. Nesse caso de opressão, a liberdade de expressão é fundamental para a reforma de um governo que beneficia 10 e maleficia 1 milhão.
A liberdade de poder falar é como uma balança, precisa ser equilibrada. À medida que uma pessoa invade o limite da outra, no quesito de falar do que, em tese, não deveria terá que arcar com as consequências, no entanto se tirarmos o direito do outro de se expressar é como se estabelecêssemos uma Ditadura Militar Mundial. Ser racional é reconhecer quando errou e refletir sobre o que ocorreu. Pensar na situação do outro, ao ouvir ou ver uma coisa que fira seus sentimentos, está numa coisa chamada "compaixão" que só nós seres humanos com polegar opositor conseguimos ter. Isso não se compra nem se cria, está na essência.
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