A força democrática do espírito libertário jovem

Muitas das lutas sociais e políticas do século XX foram marcadas pelo engajamento jovem.  Seja nos movimentos de contracultura dos anos 60, seja na luta pela descolonização afro-asiática ou no clamor democrático dos ‘caras-pintadas’ no Brasil, nos anos 90, a participação ativa dos jovens foi capaz de modificar os rumos de seus governos. Tal importância se mantém no cenário político atual, manifestando-se, porém, de maneira distinta da anterior, o que pode causar a falsa impressão de passividade do jovem diante das mazelas sociais e políticas.
Primordialmente à figura do jovem esta ligada a busca pela autonomia, pela liberdade. A liberdade representa a transcendência dos determinismos através da consciência sobre as limitações impostas e da criação de projetos para superá-las. Assim sendo, a busca pela liberdade leva ao questionamento e ao debate, fatores intrínsecos à democracia. Portanto, o espírito libertário presente na maior parte dos jovens é fundamental à consolidação do regime democrático, pois gera discussão e leva à busca de soluções para os problemas que envolvem a mundo. Como importante exemplo da sede por melhorias  e da participação ativa deste grupo social na esfera pública, podem ser citadas as manifestações que se espalharam pelo Brasil nos últimos meses contra o aumento das tarifas do transporte público, corrupção, precariedade da saúde pública e PEC 37. Elas tiveram como resultado respostas imediatas dos poderes legislativo e executivo, comprovando a importância da juventude na manutenção da democracia.
A internet tem assumido papel cada vez mais relevante no modo de participação política do jovem. As manifestações mencionadas e as ideologias nelas fomentadas tiveram o importante auxílio das redes sociais para sua organização e divulgação. Analogamente, a internet contribuiu de maneira grandiosa com a Primavera Árabe e com a recente derrubada do então presidente egípcio, Mohamed Morsi, permitindo a autodeterminação do povo árabe. Assim, torna-se claro que o jovem tem contribuído de maneira construtiva com a política utilizando-se de ferramentas ligadas à rede..
Conclui-se que a capacidade de contribuição do jovem  como cidadão é ampla e que sua participação no âmbito público é fundamental.  Esta parcela da população pode ampliar sua voz unindo-se a agremiações, sindicatos, partidos e grupos de debate locais ou regionais. Assim, partindo de discussões sobre as necessidades da comunidade as mudanças surgirão, transformando a sociedade e o próprio jovem,  garantindo a construção de uma sociedade mais justa e democrática.