Os desafios de preservar a água no século XXI

Água, necessidade e responsabilidade de todos

    Há três séculos, iniciou-se a passagem do feudalismo, no qual o modo de vida era predominantemente rural, para o capitalismo urbano. A mudança, cada vez mais intensa, de pessoas para as cidades, necessitou de produções em uma escala gradativamente maior de víveres - pois estes não eram mais produzidos pelos próprios consumidores. Com o aumento, tanto na fabricação de provisões, quanto na agricultura, a demanda de água cresceu e junto dela a dificuldade de preservar esse líquido precioso.
    Mesmo todos sabendo que a água é um bem indispensável à vida, mobilizações pela conscientização deste fato só aumentam e seus resultados caminham vagarosamente. Uma das questões que deviam estar presentes nessas mobilizações é a origem do maior desperdício da água, as indústrias. Porque as campanhas pelo meio ambiente são voltadas unicamente ao gasto pessoal dos indivíduos, não levando em conta o gasto por trás de cada produto consumido. Por exemplo, a produção de alimento (agricultura, pecuária, industrializados) requer uma grande quantidade de água em todos os seus estágios - irrigação, limpeza, transporte, até chegar ao mercado, sem contar a utilizada para fabricar os materiais utilizados nesses estágios.
    Paradoxalmente, enquanto as fábricas utilizam absurdamente o "ouro azul", grande parte da população mundial tem acesso a água imprópria para consumo, ou simplesmente não tem. Isso é fruto da má distribuição desse grandioso bem, que ocorre devido aos interesses da corrente detentora do poder, a econômica. Por conta de sua grande influência, as poderosas corporações compactuam com o Estado e, então, comercializam a água, poluem rios, disperdiçam o bem que deveria ser de domínio público. E o governo ganha o financiamento de campanhas eleitorais, parcerias, além de comprar, com a água, votos de uma sociedade carente do líquido, por não ter acesso.
    Uma situação em que o problema da preservação da água se encontra, a educação tem papel fundamental. Para que haja uma mudança efetiva nesse mundo corrompido pela economia, o Estado e as empresas têm que mudar. E isso será possível por meio do povo, pois ambos encontram-se em função da sociedade. Com a  conscientização popular da situação crítica da água e dos verdadeiros meios que a desperdiçam, espera-se que os hábitos alimentares mudem, promovendo boicotes às fábricas, buscando, assim, um consumo consciente.