TEMA: CONSUMO X ECOLOGIA

Segundo a concepção marxista, as relações socioeconômicas têm a idoneidade histórica de moldar o homem e o meio.Com isso, pode-se afirmar que o modo de produção contemporâneo modificou a noção humana de necessidade, e consequentemente trouxe impactos destrutivos às relações ecológicas. O aumento do nível de consumo e da produção de dejetos tem provocado uma série de impactos socioambientais que são alvo de discussões a respeito do contraditório enigma entre o desenvolvimento sustentável e o consumismo.
Com o advento da Revolução Industrial ,a hegemonia capitalista firmou-se na infraestrutura da sociedade. Essa ideologia econômica é acompanhada até os dias de hoje por um forte apelo consumista, que tem se responsabilizado por grande parte dos problemas ambientais vivenciados atualmente. O aumento da demanda energética, por exemplo,  é a causa majoritária de problemas como o agravamento do efeito estufa, a rarefação do ozônio e chuva ácida. Outro fator agravante do consumismo é a transformação ideológica do supérfluo em necessidade que tem como consequência o elevado acúmulo de dejetos e por fim, a poluição da biosfera.
Por conseguinte, é inevitável que não ocorra uma discordância a respeito das ideias do consumismo e do desenvolvimento sustentável. O consumo , contraditoriamente, inibe a subjetividade e estimula ao individualismo. No real-naturalismo por exemplo ,as críticas machadianas dirigidas a burguesia convergem no mesmo tema: o individualismo humano. A análise feita pelo polígrafo aplica-se perfeitamente aos valores da sociedade contemporânea, que apresenta apenas preocupações imediatistas sem se preocupar com o bem-estar das futuras gerações, contrariando a essência do desenvolvimento sustentável. De maneira metafórica, o homem escraviza a natureza para ser um escravo do consumo.
Sócrates costumava andar pela pólis e dizer  ‘‘estar apenas observando quanta coisa existia que ele não precisava para ser feliz”. Essa assertiva demonstra o quão é necessário que o ser humano reflita a respeito de seu papel consumista. A criação de políticas para diminuição do consumo supérfluo e o esclarecimento a respeito do verdadeiro significado do termo ‘’Desenvolvimento Sustentável’’ mostrariam que a felicidade e a harmonia socioambiental não estão tão distantes como se imagina.