Redação - Narrativa O mar

O MAR          
         O som calmo e melodioso das ondas invade o pequeno quarto simples e rústico, balançando com seu sopro fresco as longas cortinas de cetim que haviam pertencido a passada geração de sonhadores e indomáveis amantes do mar, a melodia encantadora chama a menina ruiva de pequena estatura á ir de encontro a ele, pois ela tão rubra e pensativa tem dentro de si a mesma essência das gerações que foram atraídas por ele.
         A pequena sonhadora levanta-se de sua cama estreita deixando penetrar em si aquela canção tão harmoniosa e chamativa, indo em passos curtos e lentos até a janela de onde pode ver a imensidão azul que a convida para dançar. Menina de cor vermelha, olhar inocente, mãos delicadas, tão frágil e dependente, é esta a miúda que faz o gigante azul querer abraçá-la com suas ondas cada vez mais imponentes e gritantes.
         Em seu olhar delicado e profundo, a meiga menina retribui a eufórica vontade de dançar, saindo correndo e obstinada em direção a seu cavalheiro, passa pela casa escura como um vulto e logo ela de frente para o mar que se mostra encantado com sua bela que apaixonada se aproxima devagar, descobrindo a cada passo uma nova sensação.
         Quando entra na água, deixando-se ser tocada, o sorriso do mar se espalha para o resto do mundo, entre um movimento e outro a dança da menina e o mar ganha graça, o mar agitado e elegante desperta na tímida garota a grandiosidade que tem dentro dela, grandeza que liberta o espírito de Ana, de “Mariana”.